quarta-feira, 30 de maio de 2012

fotografia em tempos lentos





Fotografia em tempo lento
balão do castelo, campinas, sp...

a proposta é casar imagens urbanas, cenários, com movimentos tridimensionais, usados pelo grupo em seus ensaios para compor uma cena, uma técnica mista.

2 comentários:

  1. Trabalhar com essas fotos tem sido muito interessante.
    Além do tempo que levamos para entender tecnicamente como faríamos essa fotografia, passamos por momentos de entender o que são essas fotografias dentro do trabalho. E depois de terça feira eu consegui visualizar isso comum pouco mais de clareza...
    Conseguimos ampliar um pouco essa ideia de composição com o espaço urbano e começamos a tentar desdobrar maneiras de como realizar isso.
    Até agora vimos que experimentamos dois caminhos. O primeiro vem dos meus movimentos. A partir deles o João buscava um enquadramento e um intervalo de tempo interessante para essa proposta. O segundo caminho parte de uma proposta de enquadramento escolhido pelo João, ele tira uma foto, observamos quais os elementos que aquele intervalo de tempo gerou na imagem e eu componho os movimentos a partir disso.
    Visualizamos esses caminhos só depois de muito fazer. Não pré-definimos nada, eles foram surgindo das nossas incansáveis experimentações e depois conversando percebemos esses dois lugares...

    São inúmeras as possibilidades de trabalhar as formas tridimensionais dentro dos intervalos de tempo que variam entre 30 segundos e 2 minutos. Dependendo da maneiras como trabalho com esses intervalos de tempo a foto sai de um jeito. E na real, sempre é uma surpresa... Nunca sabemos no que vai resultar de fato.
    A questão do tempo é muito forte. Tanto no momento da concepção da fotografia como no momento posterior quando olhamos para essa foto. Não é uma foto que de cara é compreendida... Demanda um tempo de observação. Demanda a abertura que o tempo lento proporciona. É preciso dar o tempo para conseguir visualizar os três momentos das imagens, quais são as três formas tridimensionais que trabalhamos nessa foto, onde estamos, que luzes são essas, que cores... É com esse olhar em tempo lento que você consegue interagir com essa foto. Não é uma fotografia para observação breve... É uma exposição para tempos lentos... Acho isso genial!
    Outra coisa que me veio a cabeça agora pouco conversando com o João, foi a ideia que coloquei na nossa reunião de como promover uma multidão a partir dos recursos visuais... E acho que uma foto dessa maneira feita com todas nós é um dos caminhos. O João estava me contando que um amigo olhando as fotos comentou "Que legal! Nossa, mas as pessoas na foto..." e quando o João disse que era apenas uma pessoa e explicou o procedimento ele ficou surpreso. Se uma pessoa se transformou em 3, que tal nos transformarmos num bando em tempo lento?

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  2. Muito legal! Acho que ficaria muito interessante pensar em cenários/enquadramentos que em si comportam diferentes velocidades e incluir o corpo e as formas tridimensionais como parte constituinte desse cenário vivo. Olhando a foto pensei tbm em usar o mesmo recurso, porém criando movimentos com algumas partes do corpo, por exemplo, apenas mãos, rosto, detalhes... ao invés do corpo inteiro.
    Sobre o que a Ju falou do tempo lento de observação da foto eu acho que tem a ver com o que disse hoje no MIS. Sobre a vontade de usar de certa ousadia na relação com o público, provocá-lo à desestabilização, sem gerar excessos - o lance de provocar e surpreender propondo diferentes tipos de relação com o tempo e com o espaço durante a performance tem tudo a ver com isso.

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